terça-feira, 24 de maio de 2011

LIVRO REFAZ IMPORTANTE PERCURSO DA MODA NO BRASIL


Dividido em sete importantes períodos, o livro “História da Moda no Brasil: das influências às autorreferências”, retrata os tempos das modistas e costureiros até os estilistas que desfilam nas semanas de moda contemporâneas.

A obra tem como complemento o documentário homônimo, produtos finais de um projeto coordenado pelo jornalista e escritor Luís André do Prado e pelo professor de moda e escritor João Braga.

O projeto teve patrocínio da Pernambucanas e deve ser lançado nos próximos meses. O livro investiga o desenvolvimento da criação de moda em solo brasileiro a partir do período de implantação da moda industrial, em sete capítulos, subdividido de acordo com as tendências estéticas e comportamentais pre-dominantes em cada época: Belle Époque (1889-1918), Anos Loucos (1919-1930), Era do Rádio (1931-1945), Anos Dourados (1946-1960), Tropicália & Glamour (1961-1975), Anos Azuis (1976-1990) e Supermercado de Estilos (1991-2010).

O trabalho de pesquisa envolveu consultas a fontes bibliográficas, iconográficas (fontes secundárias) e a depoi-mentos, coletados com base nos princípios da história oral (fontes primárias), envolvendo portanto relatos de pessoas que atuaram diretamente na construção da moda brasileira, o que lhe dá um sabor especial de história vivida. Como só poderia ser num país de origem colonial, a moda que se usava aqui, até 1808, imitava às da corte – leia-se, a moda francesa – já que a corte portuguesa seguia as vogas parisienses, como ademais toda a Europa. Nossa pesquisa, contudo, vai aos detalhes: como era feita essa moda, que publicações a divulgavam no Brasil, quais as principais casas de moda e alfaiatarias aqui instaladas, quais foram nossos primeiros magazines importadores de moda sofisticada.

Nas páginas é encontram-se os pioneiros: Notre Dame de Paris, A Brazileira, O Barateiro, Casa Colombo, Casa Raunier, Parc Royal, no Rio de Janeiro; Casa Allemã, Mappin Stores, em São Paulo. Os primeiros desfiles foram realizados pelo Mappin Stores, ainda em 1926 – com moda importada. As primeiras confecções surgiram ainda utilitárias, mas começaram a entender a importância de agregar moda a seus produtos a partir da década de 1960, década em que a Fenit e a Rhodia – que lançava no Brasil os fios sintéticos – tomaram a frente da moda local. No mesmo período, surgiram os costureiros de luxo, como Dener Pamplona e Clodovil Hernandes.

Com a moda jovem descolada, o prêt-à-porter se consolidou na década de 1970, abrindo espaço para o surgimento de marcas fortes calcadas no jeans e da moda praia brasileira; seguiu-se o boom das butiques e, na década de 1980, os grupos de moda tomaram a frente das passarelas, dando início a um movimento de valorização do criador brasileiro. Simultaneamente, apareceram os primeiros cursos locais para formação de criadores de moda, que culminaram com as semanas de moda, como Fashion Rio e São Paulo Fashion Week.

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