



“O Oriente das Mulheres”, exposição realizada pelo Museu do Quai Branly em Paris, apresentou 150 vestimentas tradicionais das mulheres de uma área conhecida como “Croissant Fertile”, que compreende o norte da Síria ao deserto do Sinai, passando pela Jordânia e a Palestina.
As roupas, ricamente bordadas com refinados padrões geométricos, são complementadas com maravilhosos trabalhos artesanais de véus, acessórios e joalheria. As peças são utilizadas tanto nas cidades como por camponesas e beduínas e datam do final do século XIX até os dias de hoje. A ambiência criada por Christian Lacroix, diretor criativo da exposição, convidou-nos a entrar em um mundo de cor, refinamento e poesia, promovida por uma iluminação diáfana e ao mesmo tempo aconchegante.
De colorido, beleza e sensibilidade estética ímpares, é na arte do fio que as mulheres do oriente médio se expressam e se embelezam como reação ao isolamento social a que são até hoje forçadas a viver dentro de suas culturas. “As criações apresentadas revelam ao visitante um olhar sobre a história destas mulheres cujas as mãos, gestos, gostos e talentos dotam o tecido e as linhas de seda e do algodão como parte delas mesmas, compondo cada vestido como se fossem obras de arte.” Com uma História têxtil e de bordados milenar, este vestuário típico é uma forma de comunicação social, geográfica e religiosa. Porém, desde os anos setenta, a aparência das mulheres da região vem sofrendo mudanças por imposição do uso do “Vestido Islâmico”, roupa escura que cobre todo o corpo e sem nenhum tipo de ornamentação. Consequentemente, a arte tradicional têxtil vem sofrendo gradual abandono.
A Exposição ficou em exibição do dia 8 Fevereiro a 15 de Maio de 2011, porém uma parte considerável destas peças foram adquiridas pelo Museu do Quai Branly e irão integrar o acervo permanente, possibilitando que o público continue as apreciando e assim garantindo a conservação destes trabalhos para o estudo e inspiração de futuras gerações.
Fontes:
www.quaibranly.fr
L’ORIENT DES FEMMES VU PAR CHRISTIAN LACROIX – L’OEL HORS-SÉRIE

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